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A inteligência artificial não é para todos. E é um problema que fingimos não ver. | cinetotal.com.br

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A inteligência artificial não é para todos. E é um problema que fingimos não ver.

A inteligência artificial não é para todos.E é um problema que fingimos não ver.Reflexões sobre competência, arrogância digital e responsabilidade no uso de IApor Fabrizio RussoPremissaEscrevo este texto como pessoa física, não como empresa, não como marca, não para promover nenhum produto ou serviço.Escrevo porque utilizo inteligência artificial continuamente desde 2021.Quatro anos que, no mundo tecnológico atual, não são poucos.Foram suficientes para observar uma evolução muito rápida de modelos, mas também – e sobretudo – observar a evolução do comportamento humano em torno destas ferramentas.E é precisamente aqui que surge esta reflexão.Hoje, o debate público sobre a inteligência artificial centra-se quase exclusivamente nas oportunidades ou riscos futuros. frase.Obtenha uma resposta.Funciona.Essa aparente simplicidade gera um enorme erro cognitivo: se funcionar, então sei como usá-lo.Mas usar uma interface não significa entender um sistema.Apertar um botão não significa competência.É o mesmo erro de quem dirige um carro moderno e pensa que é motorista porque a caixa de câmbio é automática.2. Quando o uso vira arrogância Nos últimos tempos tenho observado uma dinâmica recorrente. Pessoas que: • não estudaram o funcionamento dos modelos • não conhecem os limites estatísticos da IA ​​• não verificam as respostas • não distinguem um erro de um resultado correcto e que, no entanto, afirmam com segurança que “sabem usar a inteligência artificial”. Isto não é confiança. É uma arrogância nascida da ignorância técnica. A inteligência artificial não recompensa quem a utiliza. Recompensa aqueles que o entendem.3. A IA não torna você inteligente: ela amplifica o que você éEste é um ponto central que muitas vezes é rejeitado.A IA não melhora automaticamente o usuário.Ela amplifica o que o usuário traz consigo.Método produz mais método.Confusão produz mais confusão.A ignorância produz ignorância amplificada.O problema é que a ignorância amplificada parece confiança.E confiança sem competência é extremamente perigosa.4. O custo real que não vemos: energia e recursos Toda interação com um sistema de inteligência artificial tem um custo real: • computação • infraestrutura • refrigeração • consumo de energia Quando um profissional utiliza IA para melhorar processos, reduzir desperdícios ou apoiar decisões complexas, esse consumo é justificado. Porém, quando a IA é utilizada de forma aleatória, sem objetivos, como passatempo ou por simples curiosidade inconsciente, esse consumo torna-se um desperdício coletivo. Não é uma questão ética abstrata. É uma questão física e económica.5. “Infectar” a inteligência artificial Quando falo em “infectar” a inteligência artificial não utilizo um termo emocional. Estou me referindo a: • entradas de baixa qualidade • solicitações repetitivas e inúteis • respostas não validadas • reforço sistemático de erros Um sistema que interage com milhões de solicitações incorretas não melhora. Adapta-se ao ruído. E aí vem a frase: “já não responde como antes”. Não foi o sistema que piorou. É o uso que fazemos dele.6. Escola e universidade: o risco mais graveO problema torna-se crítico no contexto educacional.Muitos estudantes hoje usam inteligência artificial para realizar tarefas ou preparar exames sem verificar as informações, confundindo o resultado com conhecimento.Muitos professores, ao mesmo tempo, ainda não estão adequadamente treinados no uso correto dessas ferramentas e lutam para distinguir aqueles que realmente entendem daqueles que copiam.O resultado é uma ilusão perigosa:• notas mais altas• habilidades mais baixas• falsa segurançaNão é progresso.É ignorância assistida.7. Uma proposta concreta: formação e níveis de acesso Assumo aqui uma posição clara. A inteligência artificial não pode ser acessível da mesma forma para todos, tal como uma carta de condução, uma carta de condução ou uma certificação profissional. Precisamos de: • formação real • cursos estruturados • certificados de competência • níveis proporcionais de acesso Mais competência significa mais ferramentas. Mais responsabilidade significa mais poder. Não para excluir, mas para proteger o sistema.8. Minha experiência pessoal Tenho usado inteligência artificial diariamente desde 2021. Depois de quatro anos posso dizer uma coisa com absoluta certeza: ainda não terminei de aprender. E é justamente isso que me faz desconfiar daqueles que afirmam “saber usar” levianamente. Essa reflexão foi auxiliada pela inteligência artificial. Mas a contribuição é humana, a experiência é real e a gestão está consciente. Usei alguns prompts, metodicamente, consumindo o mínimo de recursos possível para obter um resultado claro. Isso está usando IA. Não se vanglorie disso. ConclusãoA verdadeira fronteira não está entre quem usa ou não inteligência artificial. A fronteira é entre: • quem estuda e quem improvisa • quem verifica e quem copia • quem respeita e quem consome A inteligência artificial não é o futuro. É o presente. E como qualquer ferramenta poderosa, não é para todos. Mas para aqueles que estão dispostos a se tornar um. Nota do autor Escrevo como pessoa física, com base na minha experiência direta. Não represento empresas, instituições ou interesses comerciais. Fabrizio Russo


Publicado: 2025-12-22 19:22:00

fonte: medium.com