A legalidade do crime: A liberdade conferida pela CCJ ao racismo religioso.
A comissão de constituiçao e justiça (CCJ), aprovou um projeto de lei que altera a lei de racismo, a lei 7.716/89, a lei caó.Dentre as alterações, a ideia do deputado Marco Feliciano(PL-SP) é aumentar a pena para crime de ultraje de culto religioso , consequentemente o que se encaminha nas manchetes dos jornais é que existe um aumento de pena para crime contra a liberdade religiosa e pode parecer muito benéfico este. O cristão exercendo seu cristianismo benevolente ou como diária meu irmão Cesar chocolate, a Princesa Isabel nos salvando da escravidão.a ideia é majorar a pena que atualmente no código penal está de Detenção de um mês a um ano para Reclusão de dois a quatro anos; para que se esclareça a pena de detenção são para crimes mais brandos e a de reclusão a crimes mais graves. Excelente de um ponto de vista técnico- jurídico, caso ocorra emprego de violência durante o crime, a pena será aumentada em dois terços, segundo o relator as penas estão muito brandas e a ideia é de proteger a crença religiosa e os objetos de culto.Até aqui está tudo bem, todavia o bojo legal vem com alguns presentes e brindes relegados a um lado só dessa moeda, as quais não se determinarão como crime o preconceito manifesto em crenças,sermões ,pregações ou ensino religioso em eventos litúrgicos inclusive na internet e este foi aprovado de 41×15.Quantos terreiros de matriz africana na atualidade e com dados colheram os direitos que a lei caó tem? quantos criminosos ficaram reclusos nas penas brandas ? quantos terreiros sofreram com ataques com emprego de violência e as penas foram aumentadas, e até mesmo com o uso de fogo que pode ser considerado um agravante penal nas tentativas de homicídio, que já que para além do enquadramento que querem colocar nos casos de racismo religioso, existe ai a tentativa de homicídio, quando não a consumação da prática criminosa. Existe aqui neste cenário do projeto de lei, uma manobra, as religiões cristãs não guardam as feridas dos ataques a templos aqui no Brasil tal qual os terreiros. a ideia é ser racista, homofóbico, transfóbico e ter imunidade, assim como eles encima da tribuna.Estes senhores não querem aumentar penas ou proteger a religiosidade, já que lei para isso o ESTADO já possui, o que está para se concretizar faz parte de um plano que vem sem colocado em prática a muitos anos, que se consolidou em 2022 com o advento bolsonarista e que pretende ressurgir maquiado de legislação. o homem branco e cristão toca na lei que nos beneficia, modifica e coloca imunidades que irão livrar os intolerantes, os racistas ,os LGBTfóbicos da cadeia, cadeia essa que já nunca viram antes e agora e claro que não irão também. Caso aprovado não nos restará dúvidas, aquilo que cultuamos será demonizado, e feito de palco assim como a IURD TV fez durantes anos e foi aplaudida em rede nacional por livras as pessoas do demônio, será permitido que padres dentro de todo o seu carisma piadista ofenda as oferendas rituais das tradições africanas, será permitido que façam a cura gay e reproduzam todo e qualquer tipo de violência, até mesmo dentro das escolas.E vocês irão me dizer que isso já acontece, de fato, claro,mas ainda temos um precedente legal, que podemos invocar para que se diminua, se indenize e cesse mesmo que minimamente, dias após o Supremo Tribunal Federal, ter reconhecido o racismo estrutural no Brasil e cobras medidas estatais de combate, estas são as medidas de combate que já surgiram ? a liberdade aniquilatória proveniente do ódio religioso.É preciso voltar às máximas de MBEMBE, o estado decide quem vive e quem morre, nós sabemos nessa relação, quem o Estado brasileiro, depois de reconhecido pela sua corte maior a estrutura racista, seguirá jogando dentro da vala.
Publicado: 2025-12-22 21:33:00
fonte: medium.com








