Cinema

Bastidores de Star Wars: Do Conselho de Lucas à Relevância das Cenas Deletadas

O universo de Star Wars é vasto, não apenas nas histórias que chegam às telas, mas também em tudo o que acontece por trás das câmeras. Desde decisões cruciais de direção em filmes mais recentes até cenas cortadas que poderiam ter mudado a percepção sobre a trilogia clássica, os bastidores da saga revelam uma complexidade fascinante.

O Conselho Crucial de George Lucas para ‘Solo’

Quando Ron Howard assumiu a direção de “Han Solo: Uma História Star Wars”, filme que explora as origens do canalha mais astuto da galáxia, ele se viu diante de um grande desafio. O cineasta veterano recebeu um conselho direto do próprio criador da saga, George Lucas, sobre como manter a essência da franquia.

Em uma entrevista ao Vulture, Howard revelou a conversa que teve com Lucas no início do processo: “Falei com ele logo no começo, quando estava avaliando se aceitaria o projeto. Ele não estava mais ativo nos filmes, mas me disse: ‘Nunca se esqueça de que é para garotos de 12 anos'”. Esse conselho simples, mas profundo, serviu como um norte para que o diretor se mantivesse fiel ao público que Star Wars sempre buscou cativar.

A História Conturbada por Trás de ‘Solo’

A chegada de Ron Howard ao projeto se deu em circunstâncias complexas. O diretor de clássicos como “Apollo 13” e “Willow” contou que a oportunidade surgiu de forma inesperada. O filme estava, inicialmente, sob o comando da dupla de diretores Phil Lord e Christopher Miller, que foram demitidos com as filmagens já em andamento. Foi então que Howard recebeu um convite para um café da manhã com Kathleen Kennedy, a presidente da Lucasfilm, onde a proposta foi feita.

“Sempre tive curiosidade sobre Star Wars, e ‘Solo’ apareceu em um momento em que eu não tinha nenhum outro filme em andamento. Minha esposa, Cheryl, e eu estávamos de férias na Europa”, relatou. A chamada de Kennedy o levou a Londres. A Lucasfilm pediu que Howard refilmasse quase todo o longa, pois o estúdio não estava satisfeito com o tom que estava sendo dado à produção. Apesar disso, ele preservou algumas cenas de que gostou e mencionou que a dupla original foi “incrivelmente gentil” durante a transição.

Cenas Deletadas: Uma Nova Perspectiva da Trilogia Clássica

Se a direção de um filme recente gerou debates, imagine o que cenas inéditas poderiam fazer com a percepção da intocável trilogia original. Muitos fãs apreciam os pequenos retoques digitais que modernizaram os filmes, outros se acostumaram com as adições posteriores, e os mais puristas certamente defenderão com unhas e dentes que Han Solo sempre atirou primeiro na cantina de Mos Eisley. No entanto, o material que ficou de fora da montagem final de “Uma Nova Esperança”, “O Império Contra-Ataca” e “O Retorno de Jedi” oferece novas camadas e nuances fascinantes aos personagens que conhecemos.

Mesmo os fãs mais rigorosos não podem negar o valor desse material já filmado que, por questões de ritmo, roteiro ou duração, nunca foi mostrado ao público. Um exemplo claro é a personagem Camie Marstrap, uma amiga de Luke Skywalker que teve cenas gravadas para o primeiro filme, mas foi completamente cortada. Sua presença, que só apareceu em quadrinhos e romances, mostrava que Luke não era apenas um jovem solitário no deserto, mas alguém com um círculo social e uma predisposição inicial para se juntar à Aliança Rebelde.

O Que Alguns Minutos a Mais Poderiam Mudar?

A grande questão é: quanto alguns minutos extras podem alterar nossa visão sobre personagens e eventos icônicos? A resposta varia, mas imagine uma cena que mostra de forma muito mais explícita a atração entre Luke Skywalker e a Princesa Leia, solidificando um verdadeiro triângulo amoroso antes da grande revelação. Cada cena cortada tem seu próprio contexto, mas elas provam que, às vezes, o que fica de fora da tela é tão interessante quanto o que é exibido.

Embora muitas dessas cenas possam ser encontradas nos extras de versões em home video, a trajetória da Lucasfilm, mesmo antes da aquisição pela Disney, sugere que não é impossível que parte desse material seja resgatado ou integrado em futuras edições da saga. Outras cenas, no entanto, perderam o sentido à medida que o cânone de George Lucas evoluiu, tornando-se apenas uma curiosidade sobre o que a galáxia muito, muito distante poderia ter sido.

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“Rambo: Origins”: Filme sobre a origem do personagem avança sem Sylvester Stallone

A icônica franquia de ação se prepara para um novo capítulo, mas desta vez, explorando o passado de seu lendário protagonista. Um filme sobre a juventude de John Rambo está em desenvolvimento, e o projeto já tem um novo ator e diretor definidos, marcando a primeira vez que o personagem não será interpretado por Sylvester Stallone.

O Novo Protagonista

Quem assume a grande responsabilidade de dar vida ao jovem John Rambo é o ator americano Noah Centineo, de 29 anos. A escolha, noticiada por veículos da indústria como o Deadline, traz um rosto conhecido do público mais jovem para a franquia. Centineo ganhou destaque por seu papel como um advogado da CIA na série “O Recruta” da Netflix e também atuou ao lado de Dwayne Johnson no filme de super-heróis “Adão Negro”, onde interpretou o Esmaga-Átomo.

Detalhes da Produção e Direção

O projeto, que atualmente leva o título provisório de “Rambo: Origins”, está sob os direitos da Millennium Media. A direção ficará a cargo do cineasta finlandês Jalmari Helander, que recentemente foi aclamado por seu trabalho no violento e criativo filme de ação “Sisu”. Os planos atuais indicam que as filmagens devem começar em 2026, com a Tailândia como cenário principal. A distribuição nos Estados Unidos deve ficar por conta da Lionsgate, mesma empresa que distribuiu os dois últimos filmes da saga no país, enquanto a StudiCanal é uma forte candidata para outros mercados internacionais.

A Trama e a Ausência de Stallone

Embora os detalhes específicos do enredo ainda sejam mantidos em sigilo, a premissa é clara: o filme contará a história de origem de John Rambo, focando em seu período como um jovem soldado de elite dos Boinas Verdes durante a Guerra do Vietnã. O projeto busca explorar as experiências que o transformaram no homem traumatizado e habilidoso que o público conheceu em 1982.

Sylvester Stallone, que imortalizou o personagem em cinco filmes, desde “Rambo: Programado para Matar” (1982) até “Rambo: Até o Fim” (2019), está ciente do projeto. No entanto, fontes da indústria confirmam que ele não tem, até o momento, qualquer tipo de envolvimento ou participação na produção.